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Queremos estreitar os laços com você, que acompanha o trabalho do Grupo Adastra. Para isso, vamos iniciar este espaço do BLOG em nosso site.


Perfil

Flávia Custódio Pedroso de Souza, 23 anos, é fonoaudióloga, formada em 2017 pela USP (campus Bauru), faz pós-graduação em TEA (Transtorno do Espectro Autista), que será concluída em 2020. Flávia fez estágio conosco de 2014 a 2017, seus quatro anos de graduação.


Confira abaixo a conversa que tivemos com ela!



Por que você escolheu fazer estágio na clínica?

Tivemos uma disciplina na faculdade, no 1º ano, para conhecer todas as áreas de atuação da fonoaudiologia. A Grace foi uma das convidadas a dar uma palestra nesta disciplina. Ela contou como era sua rotina, quais desordens ela atendia, e era uma parte que eu não sabia que a fono poderia atuar: com essas crianças especiais, crianças com TEA. Eu achei muito legal o jeito que ela se colocou à disposição. Durante a aula, ela falou que a gente poderia entrar em contato pra conhecer a clínica dela. Eu me interessei. Fui, conheci a clínica e ela me ofereceu esse estágio para continuar com ela na clínica. Aí fiquei os meus quatro anos da faculdade lá.


Nesses quatro anos, quais atividades você realizou? Qual era sua rotina ali?

Eu fazia um estágio de observação no começo, então eu ficava dentro da terapia com a Grace e depois com a Camila, que é a outra fono da clínica. Aí eu era uma co-terapeuta delas. Eu auxiliava na terapia e prestava assistência na clínica, em eventos, colaborei com a coleta de dados de uma pesquisa, etc.


Desse período, o que você leva em sua bagagem? O que aprendeu de mais significativo que leva para sua experiência profissional hoje?

Sou muito grata por essa experiência, porque, como eu disse, era uma parte da Fonoaudiologia que eu não conhecia. Eu aprendi a gostar disso e é uma coisa que é a minha paixão hoje. Sou muito grata por essa oportunidade, por ter conhecido pessoas tão boas dentro da clínica, em Bauru mesmo. A Grace é fantástica. Ela tem uma didática muito boa, sempre falo isso pra ela, ela sabe ensinar. Então tudo o que ela fazia, ela me explicava, me falava o porquê. Tudo o que eu sou profissionalmente, hoje, em parte eu devo a ela e a esta experiência que tive dentro da clínica.


Você consegue ter uma percepção, como pessoa, do que te agrega em trabalhar com

TEA?

É uma condição bem difícil, bem complexa, pra dizer a verdade. Dentro do espectro, temos crianças com condições bem diferentes. Eu aprendi a ter um olhar mais voltado pra criança, no todo, não só nessa condição dela. Criança com TEA é uma criança, continua sendo uma criança. E olhar também para a família porque às vezes a gente esquece que a criança tem ali a família e os amigos, há toda uma realidade por trás da reabilitação. Como pessoa, me agregou muito ter esse olhar voltado para a criança.

Dentro da sala de terapia, mas em todos os lugares: dentro da sala de espera, enquanto a gente está lá conversando com os pais, enquanto eles esperam, nas escolas a gente tem uma parceria muito grande com os outros profissionais que auxiliam essa criança. Hoje, como pessoa, eu sou um pouquinho melhor.


Hoje você está trabalhando em Araçatuba?

Isso, trabalho na AudVita desde fevereiro de 2018. Os autistas são, hoje, minha maior demanda. Eu trabalho ali e em outra clínica, com a fonoaudióloga Beatriz Oliveira Stela.


Em relação à comunicação alternativa, você estudou mais a fundo este tema? Utiliza a CSA em seu trabalho?

Eu ainda não tenho nenhum curso nem especialização na área, mas utilizo no meu dia a dia. Como faço supervisão com a Grace, ela sempre me orienta nessa questão.

Mas a comunicação alternativa ajuda muito essas crianças, principalmente as não oralizadas. E é uma forma de eles se comunicarem. Eu sempre uso sim.


Você tem noção de como está a comunicação alternativa em Araçatuba? São poucos profissionais que conhecem este instrumento?

Na verdade, eu acho que os profissionais até conhecem, mas não são todos que usam e eu vejo que ainda tem muita resistência dos pais. Eles dizem “ah, mas vai usar imagem e ele não vai falar. Vai ficar preguiçoso e só vai ficar apontando”. Eu vejo muita resistência por parte dos pais e os profissionais acabam não insistindo nisso, não tendo muita demanda.


E a Grace faz um trabalho de supervisão com você, correto? Como se dá isso?

A gente faz uma vez por semana. Eu tenho dois pacientes em comum com ela, então a gente faz uma hora de um e uma hora de outro. Então é uma hora de supervisão para discutir o planejamento terapêutico, se tem alguma dúvida, como está indo o processo. Aí eu mando os vídeos, os registros das sessões e ela me orienta no que eu preciso fazer, o que é preciso mudar, se não está dando certo uma estratégia.




Entrevista realizada pela Jornalista Natália Zen (Mtb 0079895/SP)

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